sexta-feira, 27 de julho de 2012

Juventude do PT-DF promove ato em defesa de Delúbio Soares


Cerca de cem pessoas compareceram ao ato público em defesa do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que analisará a conduta dos 38 envolvidos no processo conhecido como mensalão. O caso deverá ser analisado pela Suprema Corte na próxima quinta-feira (2).
O encontro foi realizado no auditório da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em Brasília, na noite desta terça-feira (24). Entre os presentes estavam o secretário de Administração Pública do Distrito Federal, Wilmar Lacerda, o presidente do PT-DF, Roberto Policarpo, e o deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF), líder do governo na Câmara Legislativa.
Durante o encontro, Delúbio falou sobre as acusações apresentadas ao STF. "O que houve foi pagamento de dívidas eleitorais que as direções regionais e os partidos aliados trouxeram e que o Partido dos Trabalhadores, durante uma reunião, pediu uma solução. Deu errado, deu essa confusão toda", argumentou Delúbio.
"Não é caixa dois clássico. Era dinheiro com origem para pagamento de dívidas identificadas", completou o ex-tesoureiro do partido.

Segundo ele, a engenharia financeira montada para quitar dívidas de aliados deu errado. Ele negou que o partido tenha corrompido parlamentares.
Delúbio afirmou que a direção do PT o autorizou a captar recursos para quitar dívidas da campanha de 2002. Sem "lastro" para captar R$ 60 milhões, ele disse que recorreu às empresas do publicitário Marcos Valério, que fizeram empréstimos e os repassaram ao ex-tesoureiro.
De acordo com o petista, os empréstimos teriam ocorrido por meio da empresa DNA, porque o PT "não tinha lastro financeiro para fazer o aporte". Ele disse ainda acreditar que a prática de caixa dois acontece com frequência porque o sistema eleitoral é falho e deve ser reformado.
O advogado que defende Delúbio Soares no processo que corre no STF, Pedro Paulo, defende que o a acusação "cabível" seria "eleitoral por dívidas não contabilizadas".

"Mas esse crime prescreveu, no prazo de 180 dias a partir da prestação de contas. Como não teve base legal para fazer a acusação contra o PT, foi criada essa metamorfose ambulante denominada mensalão", alega.
"Testemunhas foram ouvidas sem o acusado presente. Isso é uma arbitrariedade", reforçou Pedro Paulo.
O presidente do PT-DF, Roberto Policarpo, que ficou sentado na mesa junto a Delúbio Soares, defendeu que as acusações se referem a algo que acontece em todos os partidos, pois os mesmos precisam contrair dívidas para as campanhas.

Policarpo também parabenizou o ex-tesoureiro. "Você orgulha o PT. O processo não é contra Dirceu, Delúbio, é contra o PT, é um processo de disputa de hegemonia", disse o dirigente.
Já o secretário de Administração Pública do GDF, Wilmar Lacerda, falou sobre as dificuldades que teve para quitar as dívidas do PT em 2003. Segundo ele, o suposto Mensalão fez muitos petistas, incluindo o militante José Genoino, ficarem com vergonha de sair às ruas. "Mas o PT deu a volta por cima", reforçou Wilmar.
O deputado Chico Vigilante defendeu a organização do evento. "Não é um ato de afronta ao Supremo. Os jovens têm o direito de ouvir a versão do Delúbio. É um ato importante para que ele explique a situação. Eu o conheço desde a fundação do PT. Percorri, durante 15 dias, o estado de Goiás inteiro divulgando a CUT", lembrou o parlamentar.
"No fim tudo dá certo, e se não der certo é porque ainda não chegou ao fim"

Delúbio chegou ao auditório por volta das 19h20. Bem-humorado, ex-tesoureiro do PT cumprimentou os participantes, um a um, e recebeu o apoio de militantes, que o ovacionaram com o grito "Delúbio, guerreiro, do povo brasileiro". Os organizadores do encontro também distribuíram a revista de 78 páginas intitulada Defesa de Delúbio no STF.
O ex-tesoureiro estava sorridente e bem-humorado, como de hábito, e, descontraído, chegou a fazer piada ao ser avisado de que teria 20 minutos para falar.

"Militantes antigos do PT costumam fazer discursos longos. O que eu gosto é de ouvir militantes mais jovens, que não costumam demorar", brincou, provocando gargalhadas. Ele pediu que os militantes não entrem em discussões agressivas com ninguém por conta do mensalão.
O evento acabou às 22h30, momento em que Delúbio Soares tirou fotos com os militantes, que exibiram uma faixa com a mensagem "No fim tudo dá certo, e se não der certo é porque ainda não chegou ao fim".

O ato em defesa do ex-tesoureiro do partido estava inicialmente marcado para ocorrer na sede do PT. Segundo Andreza Xavier, da Juventude do partido, a preferência pelo auditório da CUT ocorreu porque ali foi possível instalar um telão e caixas de som na área externa.
Expulso do partido em 2005, o ex-tesoureiro voltou ao quadro partidário no começo de 2011.
Assessoria de Imprensa, com informações de agências.

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